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sábado, 7 de agosto de 2010

Gente do Mundo



Lendo Mário de Andrade e Monteiro Lobato, José Lanzellotti teve sua atenção despertada para o problema da despersonalização do intectual brasileiro. Cansado das tendências e movimentos importados, quis criar um estilo brasileiro de pintura, depois de doze anos de viagem pelo País.
JOSÉ LANZELLOTTI : "meu campo é o regionalismo" , Lanzellotti não tinha mais do que dezoito anos, quando ouviu dizer que Orlando Villas boas precisava de um desenhista, para a expedição do Roncador-Xingu. Foi o quanto bastou para ele sair de casa e se embrenhar pelo mato.
Ao se inscrever, foi aceito com relutância. Os responsáveis pela expedição duvidaram um pouco da resistência do rapaz, criado na cidade. Mas ele fincou pé: Sou maior e vacinado", argumentou.
Passou quatro meses entre os indios, até que, um belo dia, contraiu a maleita. Como não queria confirmar a suspeitas iniciais do pessoal da expediçaõ, tentou, durante algum tempo, esconder a doença, mas acabou sendo embarcado, de volta a São Paulo, num DC-3 do corrêio Aéreo Nacional.
Mais tarde, tornou a viajar, mas sozinho e por conta própria. E viajou muito - foram doze anos de andanças pelo Brasil, das quais José Lanzellotti voltou com firmes determinações na cabeça.